Ela não respondeu. Só segurou o olhar dele, desafiadora, com um leve sorriso no canto dos lábios, e pediu à garçonete para fechar a conta.
Os dois saíram do café sem trocar uma palavra sobre o que quase aconteceu.
Henrique caminhava ao lado dela, as mãos nos bolsos, o olhar pra frente.
Elize, por outro lado, sentia como se cada passo fosse coordenado com os batimentos do coração — e eles estavam acelerados. Muito.
Entraram no elevador como dois estranhos civilizados — aquele tipo de silêncio que diz tudo e, ao mesmo tempo, esconde tudo.
Havia mais algumas pessoas no espaço pequeno. Um senhor com uma pasta surrada, uma moça distraída no celular, um estagiário franzino com cara de quem sabia mais do que devia.
No primeiro andar, todos desceram. Ficaram só os dois e mais duas almas quietas demais para interferir.
No segundo, silêncio.
No terceiro, as últimas portas se abriram, e os estranhos se foram. Agora estavam sozinhos.
Sozinhos. Treze andares pela frente.
As