A luz suave da manhã entrava pelas frestas da cortina como quem pedia licença.
Elize abriu os olhos devagar, ainda sonolenta, mas com um sorriso preguiçoso no rosto.
O braço de Henrique ainda envolvia sua cintura, pesado, possessivo até no sono.
Ela se mexeu com cuidado, tentando não acordá-lo.
Já tinha se acostumado a acordar cedo nos tempos de café.
O relógio interno parecia funcionar até mesmo quando a noite tinha sido tudo, menos tranquila.
Deslizou para fora da cama sem fazer barulho e encontrou, sobre a poltrona próxima, a camisa social dele da noite anterior.
Vesti-la foi um prazer quase indecente — o tecido ainda guardava o cheiro dele, e a camisa, mesmo grande demais, caía sobre o corpo dela como se tivesse sido feita pra isso.
Elize caminhou pela cobertura com os pés descalços, explorando a cozinha com a confiança de quem já pertencia àquele lugar.
Achou o café, a cafeteira italiana de ferro, e se divertiu descobrindo as gavetas com utensílios perfeitamen