Henrique ainda estava encostado na janela, girando o celular na mão, quando teve o estalo.

Jetski.

Era óbvio. Sol, água, velocidade, a desculpa perfeita para tirar a cabeça de tudo — ou mergulhar de vez no caos.

E, claro, ver Elize de biquíni não parecia exatamente um sacrifício.

Mas dessa vez, não era só isso.

Ele queria jogar limpo.

Queria mostrar que havia algo além do desejo — ainda que o desejo estivesse fazendo um estrago considerável na sanidade dele.

Precisava de um ambiente leve, ao ar livre, onde ela não pudesse fugir por corredores apertados ou se esconder atrás de pilhas de pastas.

Abriu o WhatsApp.

“Sábado. Eu, você, e um jetski.

Sem arquivos. Sem pastas. Só conversa. Topa?”

Releu a mensagem, satisfeito com o tom ambíguo. Sabia que ela ia ler e pensar mil coisas.

Óbvio que ia.

E talvez ele quisesse isso mesmo — provocar um pouco, confundir um pouco mais. Mas, no fundo, esperava surpreender.

O celular vibrou em cima da mesa. Elize, ainda meio zonza depois do turbilhão d