— Não sei. Quer dizer, sei o que eu sinto. Mas não sei como lidar com isso. Não quero machucá-la. Nem colocá-la numa posição complicada.
— E você?
— O que tem eu?
— Vai sair ileso disso tudo?
Henrique não respondeu.
Passou a mão no rosto, como se tentasse apagar o cansaço que começava a se acumular.
— Eu já tentei evitar. Você sabe. Mas ela… ela me tira o chão. Não tem jogo. Não tem defesa.
Rodrigo assentiu, mais sério agora.
— Então joga limpo. Por ela. E por você também.
Henrique assentiu em silêncio.
Rodrigo, percebendo o peso no ar, se levantou e bateu de leve no ombro do amigo.
— Boa sorte, Romeu.
Saiu, deixando a porta entreaberta.
Henrique fechou a porta com um estalo assim que Rodrigo saiu.
Encostou-se nela por um segundo, soltando o ar com força.
O que ele estava fazendo?
Levou a mão à nuca, tentando dissipar o calor que ainda subia pelo corpo.
Aquilo era insano. E imprudente. E absolutamente fora de controle.
— Respira, Henrique… respira — murmurou, caminhando de volta à