O aroma de camomila tomava conta da pequena cozinha quando Camila voltou para a sala, segurando uma xícara fumegante.
Encontrou Elize sentada no sofá, encolhida, abraçando os joelhos como quem tenta manter os pedaços do próprio peito unidos. O rosto ainda estava molhado e os olhos perdidos em algum lugar entre o passado e a dor.
— Toma, tá quente… mas vai ajudar — disse Camila, entregando o chá com mãos firmes, mas um olhar carregado de ternura.
Elize pegou a xícara com os dedos ainda trêmulos, respirando fundo antes de dar o primeiro gole. Ficaram em silêncio por um tempo, até que Camila se sentou ao lado da irmã e, num gesto quase automático, puxou Elize para deitar a cabeça em seu colo.
Elize resistiu por um segundo, mas logo cedeu, como se aquele colo fosse o único lugar do mundo onde ela poderia finalmente desmoronar em paz.
Camila começou a acariciar seus cabelos com calma. Aquilo despertou uma lembrança antiga, e ela engoliu seco ao perceber o quanto Elize ainda era aquela meni