Era fácil irritar Tessa Grant. Bastava um sorriso de canto, uma provocação bem colocada e pronto, ela se armava como se estivesse prestes a ir para uma guerra. Mas o que me intrigava não era a sua raiva. Era o que havia por trás dela. Havia uma profundeza em seus olhos que me fazia perder o folego.
Na cafeteria, quando segurei o braço dela, senti de novo. Aquele arrepio involuntário, a respiração presa, os olhos escuros faiscando em desafio. E, por um instante, eu tive certeza: já havia sentido aquilo antes.
O problema era onde.
Deitei no sofá do meu escritório naquela noite, sem sono, um copo de uísque na mão. Fechei os olhos e a lembrança veio. O baile beneficente, as máscaras, a música abafada ao longe. Uma mulher que surgiu como miragem tão linda que não parecia real. Não lembro como começamos a dançar, não lembro o que falamos. Só lembro da urgência. Do beijo. Da entrega. E do vazio que ficou quando acordei sozinho, com lençóis amassados e nenhuma pista de que