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Capítulo 5 – O Escritório Proibido

A chuva retornou naquela tarde, grossa e pesada como se o céu carregasse a mesma tensão que pairava dentro da casa. Emily passava os dedos distraidamente pelas lombadas dos livros em uma estante da sala de leitura. Desde que Alexander saíra sem dizer para onde ia, a casa parecia ainda mais silenciosa, sufocante. Havia nela uma energia contida, como se cada parede guardasse palavras que ninguém ousava dizer.

Ela já estava há dois dias ali, e por mais que a casa fosse grande, havia limites muito claros. O sótão trancado, os corredores do segundo andar que pareciam ecoar passos mesmo quando não havia ninguém, e — o mais tentador de todos — o escritório de Alexander.

Ele havia sido claro: "nunca tente descobrir o que faço quando estou trancado lá."

Era justamente por isso que a curiosidade queimava mais forte.

Emily aproximou-se da porta escura do fim do corredor. Era de madeira maciça, com detalhes talhados à mão. Ela já havia passado por ali algumas vezes, mas nunca tivera coragem de se aproximar tanto. Agora, porém, algo parecia chamá-la. O silêncio por trás da porta era estranho… intenso demais.

Encostou o ouvido. Nada. Nem passos, nem vozes, nem o som de papéis. Nada além do próprio coração acelerado.

Ela estendeu a mão e girou a maçaneta. Trancada.

Claro.

Mas quando estava prestes a recuar, notou algo — um som muito leve. Um ruído agudo, como metal raspando em pedra. Seu corpo inteiro se arrepiou.

Deu dois passos para trás, respirando fundo. Estava prestes a se virar quando ouviu outra coisa: um estalo no chão de madeira atrás dela.

Emily se virou rapidamente, mas o corredor estava vazio. Só que não era. Ela sentia. O ar mudara. Algo a observava, mesmo que invisível. Um medo primitivo a fez correr de volta para o quarto e fechar a porta com força.

Respirou fundo. Tentou rir de si mesma, mas o riso morreu em sua garganta. Porque lá, sobre sua cama, havia um bilhete.

Um bilhete que não estava ali antes.

"Curiosidade tem um preço, Emily. E nem sempre é o que você está disposta a pagar."

Não havia assinatura, mas ela sabia quem o escrevera.

Alexander.

Mais do que medo, ela sentiu um frio estranho no estômago. Como ele sabia? Como conseguira entrar sem que ela percebesse?

E por que parecia que ele não apenas a observava... mas a antecipava?

Naquela noite, ela esperou que ele voltasse. Sentou-se diante da lareira, o bilhete em mãos, ensaiando mentalmente o que diria. Mas Alexander não apareceu.

E isso foi pior do que qualquer confronto.

Emily dormiu pouco. Quando acordou, ele ainda não havia retornado. A casa estava exatamente como antes — vazia, quieta, cheia demais de significados ocultos.

Ao ir até a cozinha, encontrou um envelope sobre a mesa. Dentro dele, um mapa da propriedade... e uma nova mensagem, escrita à mão:

"Já que vai explorar, comece pelo lugar certo. Mas esteja avisada: há partes de mim que até eu evito."

Ela passou os dedos pelo papel, sentindo o calor da adrenalina começar a crescer.

Alexander não era apenas um homem marcado por dor.

Ele era um labirinto vivo.

E agora, Emily estava decidida a atravessá-lo.

Mesmo que, para isso, tivesse que se perder completamente.

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