Emily
Tentei evitar abrir a carta por dois dias.
Ela ficou ali, guardada na primeira gaveta da minha escrivaninha, como uma bomba silenciosa pronta para explodir. Eu a carregava dentro do peito mesmo antes de rasgar o envelope. Sabia que o conteúdo não apagaria a dor, mas talvez reacendesse uma parte de mim que eu vinha tentando enterrar.
Na terceira noite, cedi.
Apaguei as luzes, sentei-me no chão do quarto e a li sob a luz suave do abajur.
"Emily,
Talvez eu não mereça te pedir isso. Mas preciso que saiba: continuo aqui. Esperando. Lutando.
Se decidir voltar, não encontrará o mesmo homem.
Encontrará um homem disposto a reconstruir o que destruiu.
A."
Minhas mãos tremiam. Meus olhos ardiam. E meu coração... meu coração era uma caixa de vidro trincada por dentro.
Alexander nunca foi apenas um amante. Ele foi minha ruína, minha vertigem, meu vício mais puro. Fugir dele não significava só me libertar de um relacionamento perigoso. Significava tentar reaprender quem eu era sem ele.
Mas e