Alexander
O silêncio dela é mais cruel do que qualquer grito que eu já tenha suportado.
Desde que Emily foi embora, meu mundo retomou o formato que sempre conheci: rígido, previsível, e miseravelmente solitário. Mas agora há uma diferença sutil — e devastadora. Antes, a solidão era minha escolha. Agora, ela me foi imposta.
Tentei encontrar rastros.
Liguei. Mandei mensagens. Falei com Sofia, que se limitou a me dizer que Emily precisava de tempo. Que precisava "respirar". Eu não disse o que pensei: que sem ela, quem estava sufocando era eu.
Ela levou algo de mim quando partiu.
Algo que nem eu sabia que existia.
No escritório, nada fazia sentido. Assinava contratos com a mente em outro lugar. Meus sócios começaram a notar minha ausência mental. Um deles — Julian, um advogado novo com sede de poder — sugeriu que eu tirasse uma licença.
—O senhor está... diferente. Instável — ele ousou dizer.
Instável. Como se o controle que mantive durante anos estivesse escorrendo pelas rachaduras do me