Capítulo II – O Eco da Ausência
Lila Duarte
Duarte. Lila Duarte. Era um sobrenome que, na alta sociedade londrina, abria portas. Portas de galerias de arte, portas de jantares de gala, portas de boards de empresas de consultoria legal que, francamente, entediavam a morte. Meu sobrenome era uma marca de sucesso, mas também de uma indiferença polida que moldou meus primeiros dezessete anos.
Minha família não era tradicional como a Smith, mas a ausência de calor humano era uma tradição própria, mais fria e cortante do que qualquer protocolo. Eu era herdeira, sim, de uma das maiores e mais antigas firmas de advogados do país — a Duarte & Associates. Tínhamos dinheiro, prestígio e uma agenda lotada, mas o que nos faltava era a única coisa que eu realmente cobiçava: a presença.
Eu tinha meus projetos e meus sonhos. Sonhava em lançar uma linha de acessórios de moda que desafiasse o status quo, em viajar pela Ásia e descobrir cores e texturas. Mas, acima de tudo, eu sonhava em ter uma mãe q