Continuação Liana narrando.
Respirei fundo quando senti um toque leve em meu ombro. Abri os olhos e voltei do turbilhão de lembranças que me assombrava durante o voo. Era a aeromoça, avisando com um sorriso gentil: Aeromoça:Já pousamos no Brasil, senhorita. Só falta a senhora descer. Sorri de volta, um tanto constrangida, e murmurei um pedido de desculpas por não ter percebido. Peguei minha mala de mão e segui até a esteira de bagagens para recolher o restante. Quando atravessei a porta de desembarque, um nó se formou na minha garganta. Lá estavam eles. Minha família. Que saudade eu senti! A primeira a correr em minha direção foi Antonella, minha irmãzinha de três anos, com os bracinhos abertos e um sorriso que iluminava tudo. Ella:Ebaaa! Lili voltou! — gritou, saltando para os meus braços. Liana: Sim, meu amor, eu voltei… e trouxe presente! — respondi, rindo com lágrimas nos olhos. Carreguei-a no colo enquanto avançava para o resto do grupo. Minha mãe, Lizeth, esperava com o olhar marejado. Lizeth:Oi, querida… eu quase morri de saudades. Abracei-a forte, tão apertado quanto podia. Por mais que nos falássemos por mensagens, ligações e até chamadas de vídeo, nada era igual àquele calor de mãe, que me devolvia a sensação de estar, finalmente, em casa. Depois do abraço apertado da minha mãe, procurei por ele. E lá estava, um pouco afastado, como sempre faz quando as emoções ficam fortes demais para esconder. Meu pai. Nossos olhares se encontraram, e naquele instante senti o coração apertar. Ele não disse nada de imediato — apenas abriu os braços. Corri até ele ainda com Antonella no colo, e quando me aninhei naquele abraço, foi como se cinco meses de distância se desfizessem em segundos. Almir:Minha menina… — murmurou contra meus cabelos. A voz dele falhou, e eu percebi que estava tão emocionado quanto eu. Você voltou. Graças a Deus você voltou. Segurei firme em sua camisa, como se nunca tivesse partido. Voltei, pai. E voltei mais forte, como prometi. Ele se afastou só o suficiente para me olhar de novo, enxugando discretamente uma lágrima que escapava. Sorriu com aquele jeito terno que sempre me derretia. Almir:Eu sabia que ia cumprir sua palavra. Estou tão orgulhoso de você. Fiquei em silêncio, porque qualquer resposta pareceria pequena diante do que eu sentia. Apenas sorri, guardando aquele momento dentro de mim como um tesouro. Logo depois, seguimos juntos para casa, entre risadas, histórias interrompidas pela emoção e a alegria simples de estar de volta. Aqui está uma versão revisada e mais fluida do seu trecho, mantendo o tom narrativo e os detalhes emocionais: Era muito bom estar de volta. Assim que chegamos em casa, minha mala foi logo aberta por Miguel e Antonella, doidos para ver os presentes que eu tinha comprado. Todos amaram e, entre risadas e conversas, o tempo passou leve. Depois, jantamos juntos e cada um seguiu para o seu quarto. Arrumei apenas o essencial das minhas coisas — estava cansada demais para organizar tudo. Tomei um banho rápido, me joguei na cama e comecei a pensar sobre o que faria agora que estava de volta. Mas respirei fundo. Com calma, tudo ia se resolver. Peguei o celular e comecei a mexer nas redes sociais. Foi então que, na galeria, encontrei aquela pasta exclusiva minha e de Léo. Sem pensar muito, apaguei tudo de uma vez. Pouco depois, ouvi batidas suaves na porta. Autorizei a entrada e, pela fresta, Miguel colocou o rosto. Liana:Pode entrar Ele entrou correndo, se jogou ao meu lado e me deu um abraço apertado. Miguel:Fiquei com tanta saudade, sua chata — disse ele, rindo. Liana:Ah, eu também fiquei. Você tá bem? — perguntei. Miguel:Sim, obrigado. Miguel não é filho de sangue dos meus pais. Ele era filho da governanta que trabalhou conosco quando eles se casaram. Após o falecimento dela, vítima de um câncer, ninguém da família quis assumir Miguel. Então, meus pais o acolheram e nos criaram como irmãos. O amor que temos por ele é tão grande que, muitas vezes, esquecemos que não somos ligados por sangue. Miguel, inclusive, é a cópia viva de minha mãe. Bem que dizem: quando convivemos tanto com alguém, acabamos ficando parecidos. Liana:Não precisa agradecer, bobo. A gente te ama — sorri para ele. Miguel:Eu sei. Mas sei também que, por mais que eu faça tudo certo, ainda vou sentir que estou devendo aos nossos pais. Liana:Você não deve nada a eles, irmão. Pode contar sempre com a gente. Miguel tem 28 anos. É incrível, educado e carinhoso. Suas sardas espalhadas pelo rosto são um charme, assim como os cabelos loiros queimados de sol, consequência das horas que passa surfando. Nossa mãe é dona de um restaurante à beira-mar, e estamos sempre por lá. Já meu pai é um magnata, dono de uma empresa de investimentos — o que nos coloca no patamar de família mais rica da América Latina.