Capítulo 8
Na manhã seguinte, o som dos saltos de Eloise ressoou com firmeza pelo mármore da recepção, como se cada passo fosse uma armadura contra o caos dentro dela. Vestia um conjunto de alfaiataria azul-marinho impecável, com um blazer acinturado e calça de corte reto que alongava ainda mais sua silhueta. A blusa de cetim branco por baixo trazia um leve decote em V, elegante, mas não provocativo. Os brincos dourados pequenos e um relógio fino no pulso completavam o visual de mulher segura e inabalável.
O cabelo estava preso em um coque alto e polido, nenhum fio fora do lugar — fruto de uma paciência quase mecânica diante do espelho naquela manhã. O batom nude equilibrava a sombra leve esfumada nos olhos, que escondia bem as olheiras causadas por uma noite mal dormida. Sua maquiagem era seu escudo; sua postura, seu disfarce.
Na noite anterior, ao chegar em casa e encontrar o pai deitado no sofá, abatido, sentiu o chão se desfazer sob os pés. Ele sorriu, como sempre fazia, mas até o