Capítulo 9
Quando a sobremesa foi servida e os últimos contratos discutidos, Augusto se levantou, sinalizando o fim da reunião.
— A conta já está paga — disse um dos investidores, sorrindo. — Foi um prazer, Monteiro.
— O prazer foi nosso — respondeu ele, apertando as mãos com firmeza.
Eloise manteve-se ao lado, cordial e discreta, até que Augusto indicou com um aceno sutil que era hora de irem.
Os dois caminharam lado a lado pelo saguão elegante do restaurante, o som dos passos abafado pelo carpete luxuoso. O maître abriu a porta de vidro para eles, e a brisa quente da tarde os envolveu.
Mas, antes que descessem os degraus da entrada, o destino resolveu brincar com a paciência dela.
Uma voz soou atrás deles — baixa, surpresa:
— Eloise? — a voz arrogante, pretensiosa e carregada de ironia, cortou o ar.
Ela congelou por um segundo, o sorriso social no rosto despencando por dentro.
— A prima ingrata e o noivo covarde — pensou, mas manteve a postura.
— Lorenzo — ela respondeu,