Sob o Mesmo Teto
Já no carro, seguiam em silêncio. Eloise mantinha o olhar perdido na janela, mas não via a rua passando.
A frase dele ainda latejava em sua mente, como se tivesse se entranhado na pele:
“Então deixa acontecer.”
E se acontecesse? E se fosse real?
O coração dela acelerava, ora de medo, ora de desejo.
Quando o veículo diminuiu a marcha e parou diante da casa simples, Eloise sentiu o peso da realidade cair de uma vez.
Como explicaria ao pai? O que diria sobre ter passado a noite fora?
Antes que pudesse pensar em uma desculpa, Augusto já havia descido.
Ele abriu a porta com naturalidade, deu a volta e estendeu a mão para ela sair.
O gesto era tão firme, tão seguro, que a deixou sem reação.
Eloise desceu, o corpo leve pelo sono mal dormido, mas pesado pela apreensão.
Augusto seguiu à frente, atravessando o pequeno portão como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Eloise o acompanhou de perto, mas a dúvida corroía: o que ele estava planejando?
Augusto bateu à porta, e não