Olhares e Castigos
A caminho da empresa, Eloise mal conseguia manter o coração no lugar.
Estava nervosa — não só pela proximidade dele, mas porque sabia o que os outros diriam ao vê-la chegar ao lado de Augusto Monteiro.
Especulações surgiriam, como sempre, mas agora a verdade parecia perigosamente próxima.
O carro parou em frente ao prédio.
Augusto desceu primeiro, deu a volta e abriu a porta para ela.
Eloise saiu sob os olhares curiosos da portaria, os saltos ecoando no piso de mármore.
No hall, os olhares vieram como uma onda.
Alguns funcionários cochicharam, outros apenas observaram em silêncio, mas todos viram: Augusto Monteiro não andava com ninguém.
E, naquele instante, caminhava ao lado dela.
Impassível, ele ignorou cada olhar.
Quando Eloise pensou que ele a deixaria para trás, sentiu os dedos firmes dele entrelaçarem-se aos seus.
Augusto segurou sua mão e a conduziu pelo hall até o elevador.
O gesto simples foi como uma explosão silenciosa: cada olhar se fixou neles, cada com