O quarto estava em meia-luz, o cheiro de remédio misturado ao perfume suave que ainda restava nos lençóis.
A porta se abriu sem aviso.
— Sofia, chega. — Eloise anunciou, acendendo a luz sem piedade.
Sofia levou a mão aos olhos, a voz fraca:
— Desliga… por favor…
Mas ninguém se moveu.
Nathalia cruzou os braços, firme como uma mãe decidida:
— Não, Sofia. Chega de remédio, acabou. Você teve uma semana pra chorar, sofrer, se desmontar. Agora é bola pra frente. Vai doer? Vai. Mas o tempo não vai parar pra você continuar parada.
Sofia ficou em silêncio.
O travesseiro ainda úmido, o coração em pedaços.
Laís se aproximou da cama:
— Faltam dois dias pra segunda fase da OAB. Você não lutou tudo isso pra desistir agora. E o estágio te espera, Sofia. Você precisa voltar pra sua vida.
Emma, mais prática, puxou a coberta de cima dela:
— Bora, doutora. Levanta. O mundo tá te chamando.
Sofia se sentou devagar.
O corpo cansado.
Os olhos fundos.
Mas ali, no meio da bagunça, algo reace