A delegacia amanheceu em silêncio — mas não era um silêncio calmo.
Era o tipo que pesa no ar.
Que gruda no peito.
Que anuncia que o pior já aconteceu… mas o depois pode ser ainda mais difícil.
Thomas estava sentado na sala de investigação, a bolsa da Sofia ao lado dele, o corte do lábio dela na memória, a frase na parede queimando nos olhos:
“Não está sozinho, Dom.”
Ele não conseguia tirar isso da cabeça.
Não conseguia estar inteiro dentro do corpo.
Mãos entrelaçadas.
Respiração curta.
Olhar perdido.
Até que a porta se abriu sem bater.
Bruna entrou.
Ela fechou a porta atrás de si, como se quisesse um momento privado.
— Thomas… — a voz dela veio suave demais. — Eu sei que foi uma noite difícil. E sei que é quase impossível equilibrar uma vida assim. Essa profissão já destruiu muito relacionamento. Sofia e a família dela não têm ideia do que é estar do nosso lado.
Thomas ergueu lentamente o olhar.
Frio.
Hostil.
— Bruna. — ele disse, firme. — Não fal