O galpão ainda cheirava a poeira e metal velho quando Thomas apareceu na porta carregando Sofia.
Ela vinha encolhida nos braços dele, o corpo envolto em um lençol cinza, ainda trêmula, a respiração curta. O rosto marcado pelo susto, os pulsos vermelhos onde estiveram as amarras.
Quando saíram para a área aberta, os policiais mal tiveram tempo de reagir.
Os pais dela viram primeiro.
E correram.
— FILHA! — o pai gritou, atravessando a faixa de isolamento, empurrando dois agentes no caminho.
A mãe veio logo atrás, desesperada, soluçando antes mesmo de chegar perto.
Thomas tentou manter alguma ordem, mas não havia protocolo que segurasse pais diante de um filho encontrado assim.
O pai de Sofia caiu de joelhos na frente dela, as mãos trêmulas segurando o rosto da filha.
— Minha menina… meu Deus… — ele chorava. — Eu avisei, Sofia… eu avisei sobre se envolver com um homem mais velho… policial ainda por cima… olha o que aconteceu!
Sofia piscou devagar, a voz arranhada:
—