Hanna
Quando decidi que já tinha engolido tensão demais naquela noite — Clara forçando, Aiden rondando, Ethan queimando meus ossos com aquele olhar — simplesmente peguei minha bolsa e disse ao pessoal:
— Vou indo, gente. Amanhã é dia cheio.
Ninguém questionou.
Ninguém suspeitou.
Aiden até deu um passo, oferecendo companhia, mas cortei antes:
— Vou pegar um táxi. Estou exausta.
E saí direto, sem olhar para trás.
O ar frio da rua bateu no meu rosto, acelerando minha respiração. Meu celular vibrou era ele:
“Me avisa quando chegar.”
E eu respondi:
“Eu vou antes. Espera uns minutos. Não dá bandeira.”
A resposta dele veio instantânea:
“Jamais daria. Vai. Te encontro lá.”
Meu coração quase saiu pela garganta.
O táxi chegou rápido. Eu entrei e fiquei encarando as luzes passando pela janela, tentando controlar a mistura de ciúme, ansiedade, vontade e medo que ainda fervia dentro de mim.
Quando cheguei no meu prédio, mandei só uma palavra:
“Cheguei.”
Ele respondeu:
“Cinco minutos.”
Subi.
Liguei