Hanna
O café era pequeno, aconchegante, com luzes baixas e aroma de chocolate derretendo no ar. Mas nada disso importava.
O que me deixava completamente fora de mim era ele.
Ethan sentou de frente para mim, mas a mesa era pequena demais — nossas pernas quase se tocavam embaixo, e eu não conseguia controlar o torvelinho dentro do meu peito.
Ele apoiou os antebraços na mesa, inclinando-se levemente para frente ao me olhar, como se estivesse me estudando. Me desnudando com aqueles olhos.
— Você parece pensativa — ele disse, a voz baixa, rouca de cansaço ou de algo mais perigoso.
Meu coração bateu forte.
— É o cansaço da viagem amanhã — menti.
Ou tentei mentir.
O jeito que ele ergueu uma sobrancelha denunciou que não acreditou em nada.
— Não é só isso, Hanna — ele murmurou.
Senti meu corpo inteiro aquecer.
A garçonete trouxe nossos cafés, mas eu quase não consegui segurá-lo — meus dedos tremiam levemente, e ele percebeu. Claro que percebeu.
O olhar dele desceu