Ana
— Alô? — minha voz saiu fraca, quase um sussurro.
Do outro lado, silêncio. Um silêncio esquisito junto com alguns ruidos, que me fez gelar por inteiro. Eu já ia desligar mas algo dentro de mim gritava de curiosidade.
Era um número que eu não conhecia, mas se fosse um maluco passando um golpe ou só um trote já teria acontecido. Porque alguém esperaria tanto na linha?
Será que essa pessoa era tão louca quanto eu pra ficar escutando a respiração de um desconhecido pelo celular esperando pra ver quem desiste e desliga primeiro.
quando a voz surgiu.
— Ana.
Foi só isso, o meu nome, dito de uma forma mais calma do que eu ouvia há muito tempo. Mas a sensação foi como se o chão tivesse sumido embaixo de mim. Meus dedos tremeram e eu quase deixei o celular cair.
— Eu não… eu não acredito. — murmurei, sentindo o estômago embrulhar. — Não pode ser você.
Então veio uma risada baixa, familiar demais. A risada que eu tinha certeza que nunca mais ia ouvir.
— Achei que você nunca mais atenderia