Acordei com a cabeça latejando. Não sabia se era culpa do vinho, da queda na piscina ou da noite com Lex que ainda gritava na minha cabeça.
Abri os olhos devagar, encarando o teto do quarto, e por um instante quase me convenci de que tudo tinha sido um sonho. —Você só pode estar louca Ana!
Mas aí senti o cheiro do cloro no meu cabelo molhado, e a lembrança voltou como um tapa: vinho, risadas, Lex, beijo, piscina. Droga.
Levantei da cama como quem estava fugindo de um crime. Ainda bem que a empregada já tinha deixado uma toalha e roupas limpas no banheiro, porque eu não teria coragem de pedir nada. Tomei um banho rápido, tentando esfregar junto com a espuma a sensação da boca dele colada na minha. Mas quanto mais eu tentava esquecer, mais lembrava.
— Foi só o vinho — sussurrei para o espelho, tentando me convencer. — Você não sente nada por ele. Não sente nada real.
—Isso foi um erro! Um erro dos grandes!!!
Claro que não colou. Meu reflexo estava corado, olhos brilhando, como se grita