Ana
O restaurante era simples, mas aconchegante. Cheiro de comida boa, barulhinho de talheres batendo e um garçom que parecia ter tomado cinco cafés antes de vir trabalhar. Eu estava sentada numa mesinha no canto, mexendo no cardápio sem realmente ler nada, só pra disfarçar a ansiedade. Tobias estava atrasado — como sempre.
Olhei pro relógio pela terceira vez em dois minutos.
“Esse homem vive num fuso horário próprio”, pensei, rindo sozinha.
Mas aí vi aquele cabelo bagunçado, o sorriso aberto e o jeito de quem entra num lugar como se fosse o dono. Tobias.
Levantei a mão e acenei, e ele veio na minha direção com os braços abertos.
— Olha só quem resolveu sair da toca! — ele brincou, me dando um abraço rápido. — Achei que você tinha sumido do mapa.
— Tava só sobrevivendo ao trabalho novo — respondi, rindo. — E isso tudo é graças a você, então muito obrigada!
Ele se sentou, ajeitou o boné e pegou o cardápio. — Que isso, não precisa agradecer. Me conta tudo! Como tá sendo? Já brigou com a