Ana

Eu já estava me sentindo num daqueles filmes em que a mocinha pobre é sequestrada por um milionário excêntrico, só que, no meu caso, eu tinha aceitado o convite de bom grado.

Sentada diante daquela mesa de café da manhã gigante, que parecia buffet de hotel cinco estrelas, eu tentava não me empanturrar nem passar vergonha.

Afinal, não queria que Lex achasse que eu não via comida há meses… mesmo que a vontade fosse enfiar a cara no pratão de panquecas com calda de morango.

Ele me olhava com aquele sorrisinho de canto, quase debochado, como se estivesse se divertindo só de me observar escolhendo o que colocar no prato. Eu já estava na segunda rodada — não resisti a pegar mais croissants amanteigadas — quando o celular dele tocou.

Lex tirou o aparelho do bolso do blazer e, ao ver quem estava ligando, seu olhar mudou na hora. Sério, concentrado, quase sombrio. Atendeu rápido, como se não pudesse deixar a pessoa esperando.

— Fale. — a voz dele ficou grave, baixa.

Não dava pra ouvir d