Pov. Ethan
5 anos atrás... O silêncio depois de Isabella.
Faziam apenas dois dias desde que eu disse adeus, mas o tempo parecia ter parado. Era estranho — as horas continuavam passando, o mundo seguia seu curso, mas dentro de mim, tudo havia estagnado.
A rotina voltou, ou pelo menos, o que eu fingia chamar de rotina. Acordava cedo, vestia o terno, seguia o mesmo caminho até o escritório e cumprimentava as mesmas pessoas com o mesmo sorriso ensaiado. Mas nada disso fazia sentido. Porque, pela primeira vez em anos, eu tinha sentido o que era viver — e agora, tudo parecia cinza demais.
Lembro-me de caminhar até a cafeteria naquela manhã, mesmo sabendo que ela provavelmente não estaria lá. Eu não queria o café. Queria a lembrança. Queria o som da risada dela misturado ao barulho da máquina de expresso. Queria ver o reflexo dela na janela, os fios soltos do cabelo dançando com o vento.
Mas o lugar estava vazio. A mesa em que costumávamos sentar já tinha outro casal, rindo de algo trivial,