Pov. Ethan
Dias atuais...
A chuva parou, mas dentro de mim, a tempestade ainda rugia.
As luzes da cidade se refletiam nas janelas do carro enquanto eu dirigia sem destino. Devia estar indo para casa — ou melhor, para o apartamento que Helena insiste em chamar de lar —, mas o volante parecia me guiar por conta própria. Eu precisava respirar. Precisava sair de dentro daquele escritório antes que dissesse algo que não poderia ser desdito.
Ver Isabella com aquele advogado foi como um soco no estômago. Não era nada, eu sabia. Uma conversa profissional, risadas triviais. Mas o toque dele na mão dela... o jeito como ela sorriu... Aquilo me destruiu. E o pior? Eu não tinha o direito de sentir nada.
Encostei o carro em uma rua lateral, deixei o motor ligado e apoiei a cabeça no volante. Por um instante, deixei o silêncio me dominar.
O que estou fazendo?
Passei anos construindo esse império, lutando contra o que sentia, tentando me convencer de que o passado ficou onde devia ficar. Que Isabella