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Entre o Amor e o Contrato
Entre o Amor e o Contrato
Por: Izabel Karaca
🌃 Capítulo 1 – O Contrato

Istambul fervilhava sob o sol tardio quando Defne Topal equilibrava uma bandeja de cafés e preocupaçÔes crescentes. No bistrÎ onde trabalhava, entre risadas apressadas de clientes e o aroma de cardamomo, ela tentava ignorar o celular vibrando no bolso.

“Eles disseram que vão quebrar minhas pernas. Me ajuda.” Era seu irmão, Serkan. Impulsivo, teimoso, e agora encurralado por agiotas.

Naquela noite, uma mulher entrou no restaurante com uma presença cortante: vestido impecĂĄvel, joias discretas e olhar cirĂșrgico. Neriman İplikçi, rica e estrategista, estava ali por um motivo.

— VocĂȘ Ă© Defne Topal?

— Sou.

— Quero fazer uma proposta. Um contrato.

— Que tipo de contrato?

— Quero que vocĂȘ conquiste meu sobrinho, Ömer İplikçi. Faça ele se apaixonar. E entĂŁo desapareça.

Defne recusou, firme.

— Isso nĂŁo Ă© certo.

— Ele precisa de alguĂ©m como vocĂȘ. AlguĂ©m que desarme. VocĂȘ Ă© caos. Ele Ă© controle.

Mas Defne nĂŁo se vende fĂĄcil.

Nos dias seguintes, a pressão aumentou. Serkan foi ameaçado. Agiotas surgiram no bistrÎ. Sem alternativas, Defne ligou para Neriman.

— Se ainda quiser... eu aceito.

Neriman a preparou como quem cria um personagem: vestuĂĄrio, postura, vocabulĂĄrio, atĂ© os detalhes que Ömer valorizava.

A missão estava desenhada. Defne seria inserida na empresa İplikçi Shoes como assistente — mas sua função era emocional.

No primeiro dia, ao empurrar a porta de vidro da sala de criação, lå estava ele.

O homem do beijo improvisado. Do tapa. Agora, o chefe.

— VocĂȘ...

— A garota do tapa.

— E agora minha assistente?

— Parece que o destino gosta de ironias.

A sala de criação da İplikçi Shoes era mais santuĂĄrio do que escritĂłrio. Cada protĂłtipo, cada curva de sapato, cada textura carregava um detalhe emocional — mas escondido sob camadas de perfeição estĂ©tica.

Ömer İplikçi não sorria. Não elogiava. Observava como quem procura falhas humanas.

Defne Topal, sua nova assistente, tentava navegar esse labirinto. Sob os olhos de Yasemin, diretora de criação elegante e exigente, e Sinan Karakaya, sĂłcio extrovertido e charmoso, ela descobria aos poucos que ali, cada passo errado tinha consequĂȘncias silenciosas.

Durante uma reuniĂŁo, Defne errou uma nomenclatura de tecido. Ömer nĂŁo gritou. Mas seu olhar deixou claro: ele odiava improvisaçÔes.

— Se não souber, pergunte. Não invente.

Na pausa do café, Sinan tentou amenizar.

— Ele não era assim. Mas foi traído. Pessoal e profissionalmente.

— E agora?

— Agora ele fecha portas antes que alguĂ©m tente abrir.

Defne engoliu a culpa. Sabia que o plano de Neriman era exatamente o tipo de mentira que Ömer destruía. Mas ela precisava proteger Serkan. Só que cada dia ali, com Ömer, entre tensão e admiração, seu coração começava a colidir com o contrato.

Ömer andava como quem nunca tropeçava. Seus olhos cortavam mais que palavras. Para ele, trabalho nĂŁo era rotina — era refĂșgio.

Defne tentava se manter profissional. Mas tudo nele a deixava inquieta.

Durante uma reunião, ela apresentou uma sugestão ousada de amarração em sapato feminino. Yasemin aprovou, Sinan elogiou, mas Ömer virou a folha.

— NĂŁo Ă© inovação. É repetição.

Mais uma marca no ego. Mais uma dĂșvida plantada.

Sinan se aproximou.

— Para ele, tudo Ă© pessoal. Mas sĂł revela isso quando jĂĄ nĂŁo Ă© seguro.

— Então talvez eu não esteja segura.

— NinguĂ©m estĂĄ, perto demais.

Naquela noite, Defne ainda revisava esboços quando Ömer apareceu:

— VocĂȘ devia descansar.

— Só queria entender melhor os detalhes da costura interna.

— Isso nĂŁo Ă© sua função.

— Achei que fosse minha responsabilidade me preparar.

— Preparação exige intenção. Não curiosidade.

A tensão entre eles era espessa. E pela primeira vez, Ömer se aproximou com menos rigidez.

— Por que vocĂȘ realmente estĂĄ aqui, senhorita Topal?

Ela hesitou. Sorriu com firmeza.

— Para aprender. E talvez... para te incomodar um pouco.

Ele arqueou uma sobrancelha, quase curioso.

— Incomodar Ă© o primeiro passo para provocar mudança. Mas mudanças... cobram caro.

Ela saiu da sala com o coração em chamas. Pela primeira vez, não sabia se o contrato ainda era o problema — ou se o problema era o que ela começava a sentir.

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