Em uma metrópole vibrante, Lana Duarte é uma executiva de sucesso, conhecida por sua determinação e habilidade para transformar desafios em oportunidades. No entanto, apesar de suas conquistas no mundo corporativo, sua vida pessoal é um labirinto de solidão e noites em claro. Quando ela decide fazer uma pausa em sua rotina frenética, sua vida toma um rumo inesperado ao conhecer Vicente Braga, um talentoso chefe de cozinha em ascensão, o qual tem um humor cativante e um olhar intenso. Vicente é apaixonado pela culinária e pelas pequenas alegrias da vida, mas seus sonhos parecem distantes devido às pressões do negócio de família. Quando Lana visita uma feira gastronômica, a qual Vicente está participando, uma conexão instantânea surge entre os dois. Enquanto seus mundos diferentes colidem, eles se veem desafiados a equilibrar suas ambições e os sentimentos que crescem entre eles, além da diferença de idade que se torna um problema para os olhares alheios. À medida que Lana começa a redescobrir o prazer nas pequenas coisas, Vicente a ajuda a entender que o sucesso não se mede apenas em números, mas em momentos que valem a pena. Juntos, eles navegam por obstáculos profissionais e pessoais, aprendendo que o amor pode ser o ingrediente secreto que transforma suas vidas. "Entre Sabores e Ambições" é uma história sobre como a paixão e a dedicação em busca dos sonhos podem criar laços inesperados, provando que, às vezes, as melhores receitas para a felicidade são aquelas que combinam opostos.
Leer másFizemos a refeição juntos, com o uso de poucas palavras. Ao terminarmos, o garçom vem retirar os pratos e avisa que logo a sobremesa será servida.
Decido dar continuidade da conversa, agora perguntando algo que já devia ter perguntado muito antes: — Vicente, você parece ter muitas experiências para alguém... relativamente jovem... — faço pequenas pausas para encontrar as melhores palavras para fazer a seguinte pergunta — Quantos anos você tem? — Tenho vinte e oito anos, ainda estou descobrindo o mundo. — Vicente responde com um sorriso. Eu tinha razão! O Vicente é jovem, não tem nem trinta anos. Onde eu estava com a cabeça para dar atenção a um rapaz com esta idade?! Sei que fiz algumas caretas de surpresa e decepção ao ouvir a resposta dele, ajeito-me na cadeira para transparecer estar bem. — Você... É muito jovem. — é difícil esconder o desconforto na voz. — Isso importa? — é a primeira vez que sinto ironia na voz do rapaz. — Não... Não deveria. — falo com hesitação. Vicente estende as mãos sobre a mesa e segura as minhas mãos, na intenção de me tranquilizar: — Idade é apenas um número, Lana. — ele continua — O que importa é a conexão entre nós. Puxo as minhas mãos para o meu corpo, de maneira nervosa: — É difícil não pensar nisso. Sete anos de diferença... — resmungo — parece muito. Vicente inclina-se e fala de forma suave: — Deixe que eu mostre que idade não importa. O meu olhar vai para a parede atrás de Vicente, a minha voz denuncia a indecisão: — Não sei, Vicente. Eu preciso pensar. Sou surpreendida com um sorriso ardiloso nos lábios de Vicente, em seguida o comentário: — Sete anos? Isso é apenas uma receita para a felicidade! Você traz experiência e eu trago energia. — Você acha que é engraçado? — reviro os olhos. — Claro! Eu sou jovem o suficiente para não saber que não devo flertar como uma mulher linda como você. Mordo o lábio inferior para conter um sorriso. O Vicente sabe muito bem como usar as palavras. — Você é perigoso, Vicente. — continuo — Me prometa que não vai me chamar de "Minha Rainha" e nem "Minha experiente"? Vicente levanta a mão e jura: — Prometo! A não ser que você queira. ..... [...] Em um momento de silêncio, o Vicente olha profundamente nos meus olhos e diz: — Você sabe, desde o momento em que te conheci, não consigo parar de pensar em você. Pela centésima vez nesta noite, sinto um rubor em meu rosto e sorrio: — E o que exatamente você pensa? Vicente se inclina na mesa, dizendo num tom baixo: — Pensamentos que não são adequados para um restaurante. — Talvez eu queira ouvir. — digo em um tom provocativo. — O que você tem em mente para o restante da noite? — Vicente pergunta curioso. — Ainda há muito para explorar na cidade... — digo com um sorriso travesso — ou talvez em você. Vicente sorri malicioso. — Estou intrigado. Qual é o seu plano? — O que acha de sairmos daqui para descobrir? Vicente faz um aceno com a mão para chamar o garçom, quando ele se aproxima o rapaz pede: — Traga a conta, por favor. ..... Nem saímos do restaurante e não me contenho em virar-me para o Vicente e beijá-lo intensamente. Vicente reage ao beijo, me envolvendo em seu braços fortes. O mundo parece desaparecer ao nosso redor, enquanto me perco na paixão. O beijo chega ao fim, mas ainda temos os nossos corpos juntos. — Quero mais. — arfo. — Eu também. — Vicente concorda e une nossos lábios novamente em um beijo urgente. Percebo que o Vicente afasta uma das mãos e começa a tatear o bolso de sua calça, em seguida escuta o som do alarme do carro sendo destravado. — Adoro que você seja uma mulher experiente, Lana. Sabe exatamente o que quer e como conseguir. — Vicente diz quando o beijo chega ao fim. — Você gosta disso, não é? — Muito. Você tem pegada e isso está me deixando louco. Aproximo os nossos rostos e sussurro: — E você me deixa curiosa, Vicente. — continuo — Curiosa para descobrir o que mais você tem a oferecer. Os olhos de Vicente brilham de prazer: — Eu tenho muito a oferecer. E quero compartilhar tudo com você. — ele me puxa novamente para um beijo voraz. O clima esquenta ainda mais e torna-se difícil se controlar no estacionamento do restaurante. Vicente se afasta um pouco e olha nos meus olhos: — Vamos para a minha casa? Está perto daqui. Concordo com um aceno. Entramos em nossos carros, pois viemos separados. O Vicente sai primeiro e vou logo atrás, seguindo-o.O prato principal veio depois, com aromas intensos e um sabor que só ele sabia trazer — o equilíbrio perfeito entre técnica e intuição, entre requinte e afeto. Comemos devagar, sem pressa, como se o tempo estivesse nos dando uma folga só para aproveitarmos um ao outro. A noite se estendia entre goles de vinho e provocações. Quando a sobremesa chegou, admito que fiquei surpresa com a escolha ousada de Vicente: mousse de chocolate com flor de sal e pimenta rosa. ”— Um toque picante, como você.” — estas foram as palavras de Vicente, quase encostando os lábios nos meus ao entregar a colher. Quando provo, arqueio uma sobrancelha: — Isso aqui tem segundas intenções. — afirmo. — Só se você deixar. — ele sorri largando a cadeira e vindo até mim, contornando a mesa até ficar ao meu lado — E eu sei que você quer tanto quanto eu. — Sim, gatinho, eu quero ver onde tudo isso vai terminar. — sorrio e mantenho um olhar nada inocente. — Vem comigo. — Vicente estende a mão para mim.
..... SEMANAS DEPOIS ..... Quando entrei no restaurante, quase não reconheci o lugar. As luzes estavam mais baixas, criando sombras suaves sobre as paredes de tijolos aparentes. E no centro de tudo isso... ele. Vicente. De avental escuro e sorriso nos lábios, lá estava ele, no meio do salão, encostado no balcão como quem não fez nada demais — só fechou o restaurante onde trabalha, sendo o mais concorrido da cidade, para um jantar exclusivo comigo. — Isso tudo por causa de uma mulher mais velha? — brinquei, antes mesmo de tirar o casaco. Vicente me olha de cima a baixo, lento, descarado. — Mulher mais velha, não. Mulher irresistível. Ainda mais quando chega vestida desse jeito. — ele se aproxima, pegando minha mão como se estivéssemos em um primeiro encontro — Feliz aniversário, Lana. — Obrigada, gatinho. — agradeço e continuo — Achei que iríamos ter um jantar em família, com as crianças. — comento mesmo sabendo que Vicente tinha mandado as crianças para a casa da Lun
..... DIA SEGUINTE .... O avião desliza tranquilo no céu escuro. As luzes estavam apagadas, e tudo que se ouvia era o som constante e abafado dos motores. Eu deveria estar dormindo. Todos estavam. Mas, como sempre, meu corpo repousava e a mente… trabalhava. Hugo dormia com a cabeça encostada no meu braço, os cílios longos repousando sobre as bochechas redondas. Enquanto a Cecília está aninhada no colo de Vicente, dormia com a boca entreaberta, totalmente entregue, enquanto ele, com os olhos fechados, parecia flutuar no mesmo compasso calmo dela. Era impossível não sorrir vendo aquilo. Uma parte de mim queria guardar aquele retrato: minha família inteira reunida, em silêncio, em paz. Mas então olhei para a mochila abaixo dos meus pés. Sabia que o notebook estava ali, piscando mentalmente para mim. Um lembrete mudo de que e-mails não respondidos e números pendentes me esperavam assim que os pés tocassem no chão. Parte de mim sentia aquela velha coceira no cérebro… só dar uma olhadi
..... QUATRO ANOS DEPOIS ..... LANA ON Se alguém me dissesse, há cinco anos, que eu estaria aqui — empurrando um carrinho de bebê entre princesas, piratas e balões gigantes com cheiro de algodão-doce — eu provavelmente teria soltado um daqueles risos céticos e ajeitado o blazer. E, no entanto, aqui estou. Com o cabelo preso às pressas, a blusa manchada de sorvete de morango e duas pequenas criaturas com meu sobrenome me chamando de mamãe a cada três minutos. Hugo corre à frente, com o chapéu do Woody meio torto na cabeça e a energia de quem parece ter um motor próprio. Vicente vai atrás dele, como se tivesse nascido pra isso — pai de alma leve, sorriso pronto, paciência de ferro. A nossa família aumentou com a chegada da Cecília, nossa caçula de dois anos de idade. A Cecília está comigo, meio deitada no carrinho, meio sentada, com os olhos grudados no Vicente. Quando ele vira pra olhar, ela dá um gritinho de alegria, esticando os bracinhos como se o mundo todo coubesse nele.
Depois da cerimônia, os convidados se dirigem ao local da recepção, uma grande tenda com vista para o lago da fazenda. A decoração ali é rústica e sofisticada, com mesas redondas adornadas com velas e flores. O menu é uma celebração da culinária local, com pratos preparados pela equipe da Chef Sophia. Com música ao vivo, os convidados apreciam o jantar e também se juntam para dançar sob as estrelas. — Tudo está como você queria, amor? — Vicente pergunta para sua esposa, enquanto dançam juntos uma música de ritmo suave e romântica. — Está ainda mais perfeito. — Lana responde com um tom de voz doce. Seus corpos se movem em sincronia ao som da música, ambos perdidos no olhar um do outro. Os convidados observam com sorrisos encantados enquanto Lana e Vicente deslizam pela pista, dançando sua primeira valsa como marido e mulher. Há cumplicidade no ar, mas também algo mais... malícia. — Lana... e se a gente escapasse agora? — Vicente sugere, baixando o tom da voz, com um so
..... SEMANA DEPOIS — O CASAMENTO ..... NARRADORA ON A fazenda, com seu cenário campestre, é o local perfeito para um casamento intimista, o qual era o desejo de Lana. O dia está perfeito, uma tarde ensolarada, com o sol brilhando suavemente sobre os campos verdes e as flores silvestres. A casa da fazenda, com sua arquitetura colonial, foi decorada com elegância e simplicidade, com detalhes em tons de branco e creme. O local da cerimônia é um jardim encantador, com uma pérgola coberta de rosas e videiras. As cadeiras foram distribuídas em um semicírculo, com um corredor central que leva ao altar. O altar foi decorado com flores frescas e uma guirlanda de folhas verdes. — Tudo está tão lindo! — A Lana tem bom gosto. — Já estou emocionada. Os comentários são de admiração dos convidados, enquanto se acomodam, observam cada detalhe com suspiros de aprovação. O sonoplasta sutilmente muda a música de fundo para dar início a cerimônia. Vicente adentra o jardim, caminhando sozinho
Último capítulo