Inicio / Romance / Entre o Amor e o Contrato / 👠 Capítulo 2 – O Jogo Começa
👠 Capítulo 2 – O Jogo Começa

O silĂȘncio em Istambul parecia mais pesado naquela segunda-feira.

Defne Topal jå não conseguia diferenciar o peso da mentira do som constante de saltos ecoando pelos corredores da İplikçi Shoes. A missão, que antes soava absurda, agora começava a se enredar em camadas emocionais que ela jamais esperava sentir.

Ömer İplikçi, em seu impĂ©rio silencioso, continuava inalcançåvel — rĂ­gido como o corte preciso de suas criaçÔes. Mas Defne notava algo novo nos olhos dele. Um estranhamento. Um incĂŽmodo que surgia sempre que ela entrava em uma sala.

A tensĂŁo explodiu com a chegada de Pamir Mert.

Sorridente, provocativo e com presença que preenchia os espaços, Pamir era como perfume forte demais: sedutor e incîmodo. Um velho conhecido de Ömer. Um rival que, segundo rumores sussurrados por Yasemin, havia tentado tomar o controle da empresa anos antes.

— Defne Topal — disse Pamir, estendendo a mão com charme calculado

— Neriman sabe escolher bem suas peças.

Ela hesitou ao apertar. O elogio vinha com veneno. Pamir sabia demais. E talvez soubesse exatamente o que ela estava fazendo ali.

Durante a apresentação da campanha de outono, Ömer parecia feito de pedra. Sentado à mesa, com os dedos entrelaçados, ele observava tudo com aquele olhar clínico que colocava todos à prova.

Defne apresentou um esboço inspirado em mulheres turcas modernas — misturando tradição e estilo urbano. Yasemin ergueu uma sobrancelha, interessada. Sinan, sempre gentil, apoiou. Mas Pamir foi direto:

— Bonito. Mas previsível.

— Funcional — retrucou Defne, firme.

— Nem toda mulher quer provocar. Às vezes, ela só quer existir e marcar presença.

Um silĂȘncio cortante se instalou. E, pela primeira vez, Ömer falou com algo prĂłximo de emoção:

— Bom. A moda precisa de honestidade. NĂŁo de dramatizaçÔes.

Defne sentiu um choque. Ele a defendia?

Ou... estava reconhecendo que ali havia algo autĂȘntico?

Mas nĂŁo durou.

Naquela noite, Neriman a recebeu em casa com pressa nos olhos.

— Ele estĂĄ demorando demais! E vocĂȘ estĂĄ se apegando.

— Eu estou fazendo o que pediu.

— EstĂĄ hesitando, Defne! VocĂȘ se importa com o que ele pensa. Com o que ele sente!

Defne não negou. Não podia. Cada olhar de Ömer, cada frase que vinha carregada de feridas passadas, mexia com algo dentro dela que nem o contrato previa.

No dia seguinte, Ömer a chamou ao terraço da empresa. O cĂ©u estava coberto por nuvens — como se refletisse os sentimentos que nĂŁo podiam ser ditos.

— VocĂȘ me intriga — ele disse.

— VocĂȘ nĂŁo Ă© como os outros funcionĂĄrios.

— Eu só estou tentando fazer meu trabalho.

— É isso que me inquieta. O seu trabalho parece... mascarado.

Ela congelou.

Mas antes que pudesse responder, ele desviou o olhar. O orgulho de Ömer era uma muralha antiga. Uma que não tolerava mentiras. E Defne sabia: se a verdade viesse à tona, ele não perdoaria.

Ela queria fugir. Ou ficar. Ou dizer tudo.

Mas apenas disse:

— Às vezes, o que parece disfarce... Ă© sĂł uma tentativa de proteger o que nĂŁo sabemos lidar.

Ele a observou por mais tempo do que deveria.

E saiu.

Naquela noite, sozinha em casa, Defne chorou pela primeira vez desde que tudo começou. Não era pelo plano. Nem por Neriman. Era por ela mesma.

Por estar se apaixonando por alguém que ela estava destinada a enganar.

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