Dois dias tinham se passado desde aquele primeiro encontro cauteloso no Jardin Anglais. Dominico permaneceu em sua nova casa diante do lago, o reflexo prateado do Léman entrando pelas amplas janelas e envolvendo o quarto em um brilho tênue. Ele ainda se recordava da risada franca de Catherine no balanço, do cuidado com que segurara as mãos pequenas dela, e do sorriso tranquilo nos lábios de Isabelle quando ela observava a criança brincar. Nunca imaginara que sentiria orgulho verdadeiro de uma menina que ainda não era sua legalmente, mas, naquele instante, ele a reconhecia como sua filha, a prova viva de um amor confuso e inesperado.
Ao amanhecer daquela quinta-feira, Dominico abriu os olhos com o coração apertado de saudade. Caminhou até a escrivaninha de mogno e encontrou ali o telefone que ela lhe autorizara. A hesitação durou apenas um segundo: ele sabia que, para manter vivo o fio de esperança, precisaria retomar o contato, convidando-as para um novo passo. Pegou o aparelho, digit