O sol ainda estava baixo no céu de Genebra quando o primeiro cálice de lágrimas escorreu pelo rosto de Isabelle. A mansão, de corredores outrora tão cheios de vozes e risos, encontrava-se em silêncio reverente. No salão principal, ela vestia um tailleur discreto em azul-marinho — a cor que ele mais gostava de vê-la —, e apoiava-se no braço da governanta Claire, que lhe oferecia um lenço de linho. Ao redor, Amélie organizava as flores brancas que adornariam o caixão, enquanto Lídia dispunha velas perfumadas nos suportes altos de prata. Cada gesto de carinho das mulheres da casa se tornava um consolo mudo e, ao mesmo tempo, um lembrete de que nada jamais seria igual.
Isabelle, pensava ela, tudo parece surreal. Ele se foi.
Enquanto encomendava das arranjadoras os últimos buquês de lírios e rosas brancas — as flores preferidas de Matteo —, sua mente vagava até aquela noite fatídica. Lembrou-se da urgência na voz dele ao dizer que a cirurgia era inevitável, dos olhos que imploravam para qu