O som do riso de Catherine preenchia o ar, límpido e contagiante, enquanto o balanço ia e vinha sob o céu de primavera. Isabelle, de pé atrás da filha, mantinha as mãos nas cordas do brinquedo, tentando acompanhar o compasso daquela alegria inocente. Mas seu corpo parecia incapaz de sustentar o movimento. Os músculos estavam tensos, os dedos trêmulos, e o coração batia com força suficiente para ecoar nos ouvidos.
O mundo parecia o mesmo: o parque cercado de árvores floridas, o cheiro adocicado das glicínias, os passos ritmados de passantes tranquilos. No entanto, para Isabelle, algo tinha mudado para sempre. O tempo parecia ter congelado desde o instante em que seus olhos haviam cruzado os dele. Dominico. Aquele olhar inconfundível, escuro, denso como abismo, a observar de longe com uma intensidade silenciosa que atravessava a alma.
Ela girou lentamente sobre os calcanhares, os olhos varrendo a paisagem como faróis em busca de uma embarcação à deriva. Mas não havia ninguém ali. Nenhum