A tarde em Genebra estava decorada por tons de primavera. As alamedas do parque, tomadas por cerejeiras em flor, balançavam suavemente ao sabor do vento. Petálas rosadas voavam como confetes naturais, caindo sobre bancos, caminhos e ombros distraídos. Havia uma beleza tranquila naquele lugar, quase sagrada. E foi ali, sob a copa de uma velha faia, que Dominico parou.
Vestia-se de forma discreta: terno cinza-chumbo, óculos escuros, relógio de couro e sapatos italianos impecavelmente polidos. Poderia ser mais um executivo em busca de sossego entre reuniões. Mas por dentro, o que fervia não era tédio ou rotina. Era saudade.
Estava na cidade para negócios — encontros com banqueiros, empresários, potenciais aliados —, mas algo o puxara até aquele parque. Uma intuição, um desejo sem nome. Precisava respirar o mesmo ar que ela. Nem esperava vê-la. Queria apenas sentir que caminhava pelas mesmas ruas que ela caminhava, que tocava o mesmo chão que ela tocava. E então, foi quando o destino deci