O quarto de hotel cinco estrelas, com vista panorâmica para o lago de Genebra, estava mergulhado na penumbra. As janelas estavam fechadas, as cortinas cerradas, e o ar condicionado zumbia num tom monótono e constante. Dominico estava sentado em uma poltrona de couro escuro, os cotovelos apoiados nos joelhos, a cabeça pendida para frente, os olhos fixos em um ponto inexistente no chão de mármore.
Diante dele, um copo de cristal com uísque caro repousava intocado. Seus dedos apertavam o braço da poltrona com força contida, como se tentassem conter algo muito mais selvagem e devastador em seu interior.
Ele não dormira.
Não desde aquela noite.
A noite em que teve Isabelle novamente em seus braços.
A mulher dos seus delírios mais profundos, dos seus sonhos mais insanos, das suas obsessões mais sombrias.
Ele a possuíra.
Mais uma vez.
E em vez da euforia triunfante que esperava, em vez do êxtase de conquista e poder… sentia-se um miserável.
Um desgraçado.
Um homem à beira de se destruir.
Aqu