A madrugada avançava silenciosa sobre Genebra, enquanto a mansão mergulhava numa paz frágil. O quarto de Isabelle estava parcialmente iluminado apenas pelo abajur âmbar, e um leve cheiro de lavanda tomava o ar, vindo do travesseiro recém-trocado por Claire. Matteo permanecia desperto, deitado ao lado de Isabelle, observando cada detalhe de seu rosto como se estivesse decorando os traços que poderiam desaparecer de seus braços novamente a qualquer instante.
Ela dormia com o cenho franzido, inquieta, os lábios entreabertos em um sussurro agoniado.
— Não... por favor, não... meu coração é do Matteo... não...
Matteo arregalou os olhos, sentindo o estômago revirar. As palavras que escaparam da boca de Isabelle atingiram seu peito como punhais. Seu corpo enrijeceu. O nome dele dito com tanta dor, misturado à súplica — e aquele “não”... dirigido a quem?
Dominico.
A imagem do mafioso invadiu sua mente como veneno. O homem ousara encostar nela. Tocá-la. Possuí-la. A ideia de que Isabelle pudes