O novo quarto onde Isabelle agora estava era completamente diferente do anterior. Saíra do porão úmido e escuro e fora levada, vendada, a um ambiente mais sofisticado — paredes de pedra clara, uma cama coberta por lençóis finos, cortinas translúcidas, janelas com vista para um jardim fechado, e um banheiro todo decorado. Um luxo que em nada combinava com a palavra cativeiro, mas que ainda assim era exatamente isso: uma prisão com adornos caros.

Isabelle sentia-se cansada. O corpo doía e sua alma estava em pedaços. Sentada na cama, após banhar-se de verdade, envolta em uma camisola de seda que haviam deixado para ela, ela tentava manter a lucidez. As mãos ainda estavam marcadas pelas cordas, e o coração, pelo medo. O tempo ali parecia não passar.

A porta se abriu suavemente.

Domenico Farella entrou com passos firmes, mas sem agressividade. Estava sem o paletó, mangas da camisa dobradas, os cabelos castanhos penteados para trás. Carregava uma bandeja com frutas, suco e um prato de salad