Meses haviam se passado desde o baile em Genebra, e embora os aplausos ainda ecoassem na memória dos que assistiram ao espetáculo de poder promovido por El Príncipe, havia algo mais denso no ar: a tensão. As relações entre os clãs mafiosos estavam em ebulição silenciosa, e todos sabiam que a morte de Salvatori Ricci ainda reverberava como um trovão abafado.
Dominico Farella, o homem que outrora era apenas temido, agora era também desafiado nos bastidores. O clã Ricci, humilhado diante de todos, não aceitava o ocorrido como um simples ajuste de honra. Para eles, não havia nada de honrado em matar um dos seus por causa de uma mulher. Havia Isabelle por trás da ruptura — e isso, para homens movidos por códigos patriarcais, era imperdoável.
Isabelle, grávida de gêmeos, era o centro dessa tormenta silenciosa. Dominico, no entanto, não demonstrava o menor traço de inquietação. Caminhava com a segurança de quem sabia o próprio lugar no mundo: no topo. Ele era o chefe, o soberano, o intocável