O som das folhas sendo esmagadas sob os pés apressados dos perseguidores ecoava na noite. Beatriz sentia a pulsação em seus ouvidos, e sua respiração acelerada se misturava ao ar frio da floresta. Helena liderava a corrida, Samuel vinha logo atrás, enquanto Fernando e Beatriz ajudavam Davi a continuar.
— Não temos tempo! — Fernando gritou. — Eles vão nos alcançar!
O rio surgiu à frente, serpenteando como um abismo prateado sob a luz pálida da lua. As águas eram agitadas, a correnteza forte e traiçoeira. Beatriz hesitou apenas por um segundo. Era um risco. Mas ficar e lutar era uma sentença de morte.
Helena foi a primeira a pular, desaparecendo nas águas escuras. Samuel seguiu logo depois, grunhindo de dor ao sentir o impacto da correnteza contra seu corpo ferido. Fernando olhou para Beatriz e Davi.
— Precisamos ir! — Ele insistiu.
Beatriz puxou Davi para si, seus olhos encontrando os dele. Por um instante, tudo ao redor pareceu se dissolver. Apenas os dois existiam naquele momento. O