63. A tempestade (Vicente)

A noite cobria a cidade como um manto denso e sufocante, abafando os sons e deixando apenas o uivo do vento cortando entre as ruas estreitas. A tempestade havia transformado os caminhos de terra em um lamaçal traiçoeiro, mas ele conhecia bem aquelas estradas. Mesmo no escuro, mesmo com os músculos doloridos e o corpo exausto, ele sabia exatamente para onde ir.

As sombras pareciam se mover ao seu redor, cúmplices de seu crime. O cheiro de cinzas ainda impregnava suas roupas, um lembrete do que fizera. Do que precisara fazer.

Ele respirava pesado, cada passo afundando um pouco mais na lama pegajosa. O casaco estava rasgado em um dos ombros, e o sangue seco grudava no tecido, um lembrete do golpe que levara. As coisas haviam fugido do controle.

O incêndio deveria ter sido apenas um recado. Uma lembrança de que certas traições não são esquecidas. Mas os malditos saqueadores haviam aparecido, atraídos pelas chamas como ratos farejando carniça. E então tudo piorou.

Um movimento brusco n
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