62. Tempestades à vista (Vicente)

A noite caía quente sobre a fazenda, e Vicente Monteiro de Alcântara permanecia na varanda, um copo de conhaque repousando entre os dedos, os olhos fixos na vastidão escura dos campos. O cheiro de terra úmida, misturado ao aroma distante de lenha queimada, preenchia o ar, enquanto o silêncio era cortado apenas pelo canto noturno dos grilos e pelo farfalhar das folhas sob a brisa.

O dia fora longo. A responsabilidade de coordenar a fazenda não era novidade para ele, mas o peso das decisões tornava-se maior a cada dia. A presença constante dos imigrantes recém-chegados, suas expectativas e desconfianças, somadas à teimosia dos empregados antigos, criavam uma atmosfera carregada. Vicente precisava se manter firme, conquistar respeito sem recorrer à brutalidade que vira tantos fazendeiros usarem como método de liderança.

Bebeu um gole do conhaque e esfregou a mandíbula tensa.

Estava prestes a entrar quando um burburinho distante chamou sua atenção. Franziu o cenho. Algo no tom das
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App