O corpo dela descia em mim como se quisesse me enterrar no fundo de si — e esquecer o mundo ali mesmo.
Mas eu não sou homem de ficar embaixo por muito tempo.
Segurei firme nas coxas dela, os dedos afundando na carne, e levantei.
Com ela ainda encaixada em mim.
Ela riu.
Um riso arfado, viciado, quase desafiando.
— “Tu me carrega como se eu fosse tua arma, Muralha.”
— “Tu é.” — respondi, a voz rouca, suada. — “E hoje eu vou atirar até acabar bala.”
Joguei ela no sofá com um movimento só, como quem lança promessa na fogueira.
O estofado afundou sob o peso dela, as pernas abertas, os olhos famintos.
Afundei entre elas sem aviso.
Minha mão firme, explorando, dominando.
Toquei onde ela ardia, onde ela tremia, onde só eu sabia fazer doer de prazer.
Ela gemeu alto, arqueando as costas, os dedos agarrando a beirada do sofá como se o mundo tivesse escapando por debaixo.
— “Filho da puta…” — ela sussurrou, rindo, mordendo o lábio, os olhos fechados como quem reza.