capítulo 50

[NARRADO POR DANIELA VASCONCELLOS]

O estalo da pasta sendo jogada na mesa ecoou no gabinete.

— “Isso é piada, Vilela?!”

Ele se encolheu, mas tentou manter a pose. O maldito sempre tenta.

— “É o que os bombeiros e os policiais relataram. Carro em chamas, batida feia, dois corpos irreconhecíveis. Tudo indica que eram eles.”

Eu caminhei até a janela. O céu de concreto da cidade refletia meu humor: cinza, carregado, pronto pra tempestade.

— “Eles acham que eram eles.” — repeti, com sarcasmo no canto da boca. — “Mas tu me conhece. Eu não trabalho com ‘acham’. Eu trabalho com provas. Eu trabalho com certezas. E sabe o que isso aqui me cheira, Vilela?”

Me virei de volta pra ele. Olho no olho.

— “Encenação.”

Ele tentou rebater:

— “Mas teve perícia, teve—”

— “E nenhuma identificação confirmada.” — interrompi, seca. — “Dois corpos carbonizados. Ninguém tem vídeo. Nenhuma porra de câmera pegou o momento da batida. Tu quer mesmo que eu engula isso?”

Ele abaixou o olhar.

— “A senhora
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App