capítulo 29

NARRADO POR DIGUINHO

(o executor que só ajoelha por uma — e apanha sorrindo)

Aziza.

Meu problema.

Minha cura.

Minha perdição de salto ou de chinelo, tanto faz.

Tem nego que acha que manda porque grita.

Que domina porque tem arma na cintura.

Aziza não grita.

Ela arrebenta no silêncio.

Manda sem abrir a boca.

Reina sem precisar de trono.

E quando me olha daquele jeito…

eu viro poeira.

A real?

No morro todo mundo me respeita.

Me obedece.

Me teme.

Mas em casa…

quem manda é ela.

Não interessa se eu tô armado até os dentes.

Não interessa se eu passei o dia limpando a favela de verme.

Quando eu entro no quarto e vejo aquela cena?

Eu viro bicho manso.

Ela tava nua.

Esperando.

Perna cruzada, peito à mostra, lençol jogado no chão como quem diz “a cama é tua, mas quem deita aqui sou eu que escolho”.

— “Sabia que tu vinha.” — ela falou, sem nem me olhar direito.

Só com aquela voz lenta, carregada de veneno doce.

Eu travei.

Respiração falhou.

A Glock pesou no cinto.

O pau endureceu antes de qualqu
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