Duas semanas haviam se passado desde o fim do treinamento.
Duas semanas em que Lívia tentou voltar à rotina, aos relatórios, aos e-mails, aos novos grupos de franqueados.
Mas nenhuma planilha conseguiu calar a lembrança dos olhos de Rafael.
Ela ainda ouvia a voz dele às vezes, como um eco persistente entre as apresentações e os cafés mornos da empresa.
E se odiava por isso.
Por sentir falta de alguém que mal conhecia, mas que parecia ter decifrado todos os seus silêncios em poucos dias.
Naquela manhã de segunda-feira, o som do telefone quebrou o clima morno da sala.
— Lívia Andrade, setor de Treinamento, bom dia.
A voz do outro lado era inconfundível.
— Bom dia, instrutora.
O coração dela errou o compasso.
— Rafael?
— Sou eu. — Ele riu, leve. — Achei que já tivesse me esquecido.
Ela ajeitou o cabelo, como se ele pudesse vê-la. — Claro que não. O que posso fazer por você?
— Preciso de uma visita técnica. Minha franquia está quase pronta, e quero alinhar os detalhes da equipe com