A tarde tinha sido longa, cheia de pequenos contratempos técnicos na nova franquia.
O técnico de TI atrasou, a conexão oscilava e o sistema insistia em travar.
Rafael, como sempre, manteve o bom humor, tentando aliviar a tensão com piadas sutis.
— Acho que o universo tá pedindo pra você ficar mais tempo aqui — disse ele, com aquele sorriso fácil que fazia a respiração dela tropeçar.
— O universo precisa aprender a respeitar prazos — respondeu Lívia, fingindo indiferença, enquanto reiniciava o computador pela terceira vez.
O relógio marcava quase oito da noite quando o técnico finalmente foi embora, deixando-os sozinhos na loja iluminada apenas por algumas lâmpadas do teto.
Do lado de fora, a chuva fina começava a cair, riscando o vidro das vitrines.
— Eu só vou testar mais uma vez — disse ela, digitando algo rápido no teclado. — Se funcionar, podemos encerrar.
Mas, no instante em que apertou “Enter”, as luzes piscaram e se apagaram.
O som do computador morreu.
Silêncio.
— Ah, não