O voo de volta saiu cedo, mas o silêncio entre eles durou o trajeto inteiro.
Não era desconforto; era acordo.
Um pacto sem palavras de que o que viveram naquelas horas não seria assunto — não ainda.
Lívia encostou a cabeça na janela, olhando o céu nublado lá fora.
Rafael, ao lado, fingia ler relatórios, mas o olhar traía o pensamento.
Entre as páginas, ele ainda sentia o perfume dela preso na pele.
Era como se o corpo carregasse lembranças que o tempo não apagava.
Quando o avião pousou, trocaram um olhar rápido — cúmplice, contido.
E bastou isso pra o leitor entender: entre eles, o silêncio tinha voz.
Na sede da VittaFran, o ritmo de trabalho parecia o mesmo, mas o ar… não.
Bruna, sempre atenta, percebeu o brilho diferente no olhar da amiga.
— Então, como foi a viagem? — perguntou, casual.
— Produtiva. — respondeu Lívia, sem hesitar.
— Produtiva tipo relatório ou tipo “relacionamento”? — provocou, arqueando a sobrancelha.
Lívia riu, mas o desvio rápido de olhar denunciou mais do que q