O relógio marcava sete e meia quando Rafael estacionou em frente ao restaurante escolhido por Helena.
Era um lugar elegante, de luz âmbar e cristais suspensos — o tipo de cenário onde o silêncio custa caro.
Do lado de fora, Lívia ajeitava o cabelo pela terceira vez.
Rafael observava, sorrindo.
— Você tá linda. — disse ele. — Mas se continuar mexendo nesse cabelo, vai acabar me hipnotizando antes da sobremesa.
Ela riu, nervosa. — Sua mãe é o tipo de mulher que nota até a cor do esmalte, Rafael.
— E eu sou o tipo de homem que nota só você. — respondeu, baixinho.
Lívia tentou disfarçar o sorriso, mas o calor subiu pelas bochechas.
Fazia tempo que ele não a provocava daquele jeito.
Fazia tempo que ela não sentia o corpo responder antes da mente.
— Vai ser tranquilo. — disse ele, confiante. — Minha mãe vai te amar.
— Claro. — respondeu. — Igual amou a Clarice.
O sorriso dele se desfez por um segundo.
Mas antes que a tensão crescesse, ele segurou a mão dela.
— Eu aprendi a amar o que a minh