O prédio da VittaFran parecia mais claro naquela manhã.
As luzes refletiam no piso de mármore e o corredor de vidro dava vista para um céu limpo — ironicamente o oposto do que se passava lá dentro.
A calmaria era estética.
Nos bastidores, o Conselho se preparava para uma reunião que ninguém queria anunciar em voz alta: a investigação contra Camila Ferreira.
Durante semanas, o setor de auditoria vinha cruzando relatórios.
Datas inconsistentes, anexos alterados e e-mails com autorizações inexistentes.
Pequenas rachaduras que, juntas, formavam o espelho quebrado que agora refletia o rosto da mulher que se achava invisível.
Camila chegou cedo, como sempre.
Terno bege, salto firme, perfume de poder.
Mas algo no ar denunciava que o jogo mudou.
Os cumprimentos estavam curtos demais, os sorrisos educados demais.
Ao entrar na sala de reuniões, viu rostos que evitavam encará-la.
No centro, o presidente do Conselho, o jurídico e — para sua surpresa — Rafael Menezes, agora convidado como observad