A manhã começou com o som habitual de e-mails chegando, mas entre tantos alertas, havia uma mensagem que destoava.
Assunto simples: “Podemos conversar?”
Remetente: Clarice Azevedo.
Rafael demorou alguns segundos antes de abrir.
O nome parecia ecoar de outra vida.
Ela tinha sido seu primeiro amor adulto, o tipo de relacionamento que, na época, parecia certo demais pra durar.
Eles se conheceram na faculdade de Administração, cresceram juntos profissionalmente, mas divergiram na alma:
ela queria o mundo, ele queria pertencimento.
Ela partiu para uma multinacional em Lisboa, e ele ficou.
O adeus deles tinha sido civilizado, porém inacabado.
Respirou fundo e clicou.
“Oi, Rafa.
Sei que faz muito tempo, e juro que hesitei antes de te escrever.
Voltei ao Brasil há alguns meses.
Estou… enfrentando um problema de saúde e preciso de ajuda pra viabilizar um tratamento experimental.
Não quero te envolver, mas me disseram que você está à frente da área de expansão da VittaFran, e talvez possa me or