No mural da entrada da Constela, Aurora pendurou uma nova fotografia.
Era simples: dois idosos sentados num banco, segurando as mãos um do outro. Ao fundo, folhas caídas, um girassol descansando entre eles.
Acima da imagem, uma frase:
“O tempo não é cruel.
Às vezes, só é tímido.”
Benedita e Osvaldo haviam se reencontrado — não para retomar o que foi, mas para acolher o que ainda poderia ser.
E aquela imagem, com toda sua delicadeza, atravessava a sede da editora como um sussurro:
as histórias não acabam enquanto alguém ainda as sente.
A repercussão do reencontro não ficou só entre os corredores da Constela.
Mariana publicou, com autorização deles, um relato breve nas redes sociais da editora.
Sem nomes completos. Sem explorar o sentimentalismo.
Apenas a essência:
“Um manuscrito esquecido.
Um amor guardado por décadas.
Uma memória reencontrada através das palavras.”
Em poucas horas, centenas de comentários começaram a surgir.
Mas não eram os usuais emojis ou frases rápidas.
Eram respos